Gilmar vota por suspeição de Moro: ‘Maior escândalo judicial da história’

Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal julga imparcialidade do ex-juiz no caso do triplex do Guarujá

Supremo Tribunal Federal (STF) julga suspeição do ex-juiz Sergio Moro no caso do ex-presidente Lula

Foto: Reprodução/CNN (09.mar.2021)

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes votou pela declaração de suspeição do ex-juiz Sergio Moro no julgamento desta terça-feira (9), que analisa se o ex-ministro de Justiça e Segurança Pública foi parcial ao condenar Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá.

“Meu voto não apenas descreve cadeia sucessiva a compromisso da imparcialidade, como explicita o surgimento e funcionamento do maior escândalo judicial da história”, declarou. 

Gilmar ressaltou que o voto dele é específico no caso de Lula e que não pode ser estendido a outros processos da Lava Jato. “Ressalto que a suspeição se fundamento em fatos concretos e específicos contra Luiz Inácio Lula da Silva em razão de interesses políticos próprios do ex-juiz Sergio Moro”, disse, acrescentando que a anulação dos processos não impede a abertura de novos julgamentos, conduzidos por um magistrado “efetivamente imparcial”. 

Gilmar disse que Moro agiu como “juiz acusador”, que participava de uma narrativa de “verdadeiro projeto de poder, que passava pela deslegitimação política do Partido dos Trabalhadores, em especial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de afastá-lo do jogo eleitoral”. 

“O combate a corrupção é digno de elogio, é fundamental. Agora, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, afirmou. “Não se combate o crime cometendo crime. Ninguém pode se achar o ‘ó do borogodó’, cada um vai ter o seu tamanho no final da história”, afirmou. 

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